segunda-feira, 29 de outubro de 2018

"Se fere qualquer existência, seremos resistência"

Hoje o dia foi difícil.
Complicado de retomar as atividades.
Chuva e frio.
Hoje sim foi uma segunda-feira bem difícil.

O resultado de ontem não satisfez as chamadas minorias.
"Chamadas minorias" porque não somos minorias, somos a maioria.
Somos a maioria da população que não tem acesso às necessidades básicas que um ser humano precisa - mas deveríamos ter esse acesso e gratuito.
A maioria que diz respeito, sobretudo, às mulheres, à comunidade LGBTI+, aos  (às) indígenas, aos (às) nordestinos (as) e aos (às) negros (as).
A maioria que não queria um presidente com esta personalidade.

A maioria que faz jus a determinadas profissões que ele desrespeita. Refiro-me, principalmente, à carreira de professor, a minha carreira, que ele despreza.
É óbvio que ele e todos (as) os (as) políticos (as) desprezam porque, quanto menos a população for instruída, mais ignorante será e mais pessoas o farão vencer no governo.

Não consigo compreender as pessoas que votaram nele, algumas que são parte dessa minoria que citei acima.
Não consigo compreender, mas respeito a decisão de cada um (a).

Eu só espero, na mais pura verdade, que, no dia primeiro de janeiro adiante, nós continuemos a viver em uma democracia.
Que todos tenhamos a nossa liberdade de expressão sem temer a reação agressiva de outrem - apesar de isso já estar ocorrendo.
"Ninguém solta a mão de ninguém."
Que não soltemos as nossas mãos.

No momento, estou de luto e estou com muito medo.
Estou pegando forças para este luto se transformar em verbo.
Lutaremos com sabedoria e resistiremos até o fim pela vida de todos e de todas.

Um comentário:

  1. Oi. Tomando coragem de postar... Espero não estar invadiundo um espaço pessoal seu.

    Eatou sinceramente com medo de tudo isso e me sinto prepcupado com o futuro do Bradil e, acima de tudo, com a integridade física minha e dos meus queridos e queridas.

    Estou cansado e com medo. Nas palavras de Cecília Meirelles

    "Retrato
    Eu não tinha este rosto de hoje,
    Assim calmo, assim triste, assim magro,
    Nem estes olhos tão vazios,
    Nem o lábio amargo.

    Eu não tinha estas mãos sem força,
    Tão paradas e frias e mortas;
    Eu não tinha este coração
    Que nem se mostra.

    Eu não dei por esta mudança,
    Tão simples, tão certa, tão fácil:
    — Em que espelho ficou perdida
    a minha face?"

    Mas pelo menos saber que não estou sozinho ajuda.

    Um abraço apertado.

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